Seguindo o caminho do decálogo anterior, achei por bem determinar alguns dos deveres do autor que concorre a uma vaga em alguma coletânea. Esta lista poderia ser expandida, mas preferi ser sintético. Como da postagem anterior, se acharem por bem acrescentar itens, citem-nas na caixa de comentários que as incluirei (se forem razoáveis).
1- Fiquem sempre atentos ao prazo e às regras de envio. É a coisa mais irritantemente comum receber textos fora do padrão exigido.
2- Se a coletânea tiver um tema, tentem escrever alguma coisa relacionada a ele. Mandar textos com abordagens diametralmente opostas ao que foi solicitado não vai ajudá-los a obter uma vaga.
3- Nenhum organizador tem obrigação de ler seu texto aos trancos e barrancos. Procure escrever direito se não souber escrever bem e escrever bem se souber escrever direito.
4- Passar o texto por leituras antes de enviá-lo pode ajudar você a pagar um mico menor. Mas faça isso com pessoas de senso crítico reconhecido e não com seus pais e amigos.
5- Se o organizador pedir que façam algumas alterações, acreditem, ele deve saber o que está pedindo. Vocês podem até não concordar, mas isso significa a possível ausência de vocês na coletânea.
6- Não fiquem mandando e-mail a todo o momento, perguntando como anda o projeto e as leituras de avaliação. Isso enche o saco e diminui potencialmente a sua chance de aprovação.
7- Não dê uma de espertinho, enviando seu texto fora do prazo, achando que ele é tão bom que não será recusado. A não ser que seja uma obra-prima já no primeiro parágrafo, a possibilidade de não ser lido além das primeiras linhas é de 999 em 1000.
8- Se for recusado não fique falando mal da coletânea – a não ser que ela acabe se provando mesmo uma porcaria – para outras pessoas em fóruns de discussão e redes sociais. Isso mancha sua imagem e o torna indesejado em outros projetos.
9- O organizador é Deus. Por isso não fique questionando suas decisões.
10- Pare de pedir uma avaliação de seu trabalho caso seja recusado – ou até mesmo antes disso, já levando em conta a provável recusa. São dezenas de textos e leitura crítica custa caro. Nenhum organizador tem tempo para perder com isso.
Tags: Coletâneas, Decálogo do autor, literatura
17/03/2010 às 10:25 |
“Procure escrever direito se não souber escrever bem e escrever bem se souber escrever direito.”
Huahahahah, adorei essa. Afinal, é o mínimo!
17/03/2010 às 17:31 |
“Desconfie de coletâneas em que haverá uma inflação de textos curtos e autores idem ( 25, 30, 40 investidores ). Há uma grande probabilidade de que a conta seja menor, mas o número de textos ruins que poderão lhe fazer companhia tenderá a ser maior”.
A dica acima é baseada, a bem da verdade, em 3 ou 4 coletâneas que li no ano passado. Não posso garantir que seja a verdade absoluta.
17/03/2010 às 18:10 |
Tibor, relendo o teu post, percebi que os deveres ( informações preciosas ) se referiam aos organizadores de modo geral e não especificamente os de coletâneas sob demanda. A dica acima se deu pelo fato de sempre se discutir o assunto por aqui. Mas é isso aí. O que tá dito, tá dito. (rs, rs, rs)
17/03/2010 às 18:54 |
Olá, tibor. Adorei seu texto. Só assim para saber como nós, escritores, somos chatos, hehehe.
17/03/2010 às 22:16 |
Cada coisa inutil que eu leio, achando que é util… vo te contar…